quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Inconsolado Romântico 1

O Inconsolado Romântico desce a rua mais uma vez. A luz amarela de postes que mal iluminam, ele volta pra casa. Sua camisa está aberta e o vento bate em seu peito nu. Já passa de 3:00 da manha e ele está cansado, cansado demais. O cheiro de bebida, cigarros e perfumes doces das mulheres que ele encontrou esta noite, está na mente dele. Mas mesmo assim seu pensamento está longe, de vez em quando um carro passa e ele volta a si, mas logo sua mente voa. Ele pensa em tudo que já vivera até este momento, e lembra de tudo o que já fora dito para ele. Ele lembra das dores e das alegrias; das lágrimas e dos sorrisos; do veneno e do antídoto... Era como se ele visse um filme, um filme de sua própria vida. Olhando de fora é muito mais fácil analisar. E olhando de fora ele percebeu o que sempre regeu a sua vida, sua vontade de se apaixonar. Ele não conseguia lembrar um momento ao qual não estivera apaixonado. Desde amores platônicos, a amores reais, ele sempre esteve apaixonado. Ele amava amar, era apaixonado, por se apaixonar. E seus amores só mudavam, quando outra pessoa tomava seu coração. Percebeu então o que deveria fazer para sair de sua melancolia particular. Tinha que se apaixonar para esquecer a aquela que ele ama. Mas não se apaixonar por qualquer uma, e sim por qualquer coisa. Se apaixonaria por fazer música, por trabalhar, por dançar, por beber, por qualquer coisa que não pudesse lhe trair nem lhe abandonar. Essa era sua meta agora, sua sina. E ele fará de tudo, para poder faze-la. Conseguirá ele?

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